terça-feira, 24 de novembro de 2020

DANIEL AZULAY

Daniel Azulay morreu em 27/03/2020, vítima de #covid19 (sim, a gripezinha que alguém falou). Quando eu era adolescente (já decidido a seguir carreira nos #Quadrinhos e #Cartuns) assistia seus programas na TV, me admirava com seu carisma, competência e pensava: "Uau, este cara está no lugar certo, na hora exata!" Seu programa de TV tinha grande audiência. O mestre do #QuadrinhoNacional foi também criador da #TurmaDoLambeLambe, cartunista premiado, produtor televisivo e professor de desenho em sua escola no Rio de Janeiro. O tempo passou, virei quadrinhista, cartunista e professor de caricatura na #EscolaPandora, em Campinas. Um dia, ao chegar na escola, vi seu autógrafo com uma auto-caricatura no mural de recados. Tinha sido trazido pelo Ricardo Quintana e Amilcar Mazzari. Senti uma nostalgia boa e pensei: - Quem sabe ainda encontro o Mestre Azulay? Em 2018 pude conhecê-lo pessoalmente no #HQmix, fazer selfie com ele e ouvir seu depoimento de vida. Azulay contou como começou a desenhar, lia gibi escondido nos livros didáticos e desenhava sem parar. Foi premiado como Mestre por uma carreira de 50 anos. Quem espera no lugar certo e na hora exata, alcança. Eu alcancei e pude conhecer o velho mestre.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

BALAIO DE CARICATURAS














Pagu, Big Bill Broonzy, Castello Branco (Petrobrás), Claudio Souza (professor de aikidô), Flavio Migliaccio, Nathan Never, Robert Johnson, Moreno Burattini e Valentina, Grace Jones, Fontanarrosa, Daniel Azulay.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

MESTRE JULIO SHIMAMOTO


Conheci o mestre Julio Shimamoto no I Encontro Nacional de HQs, em Araxá (1988). Eu já conhecia sua arte incrível pelo livro "A técnica do desenho" (em que Jayme Cortez dava dicas de 45 quadrinhistas importantes da década de 1960) e este encontro foi muito emocionante pra mim, com meus vinte e poucos anos.
Eu o reencontrei em lançamentos da Ópera Gráfica (de Carlos Rodrigues e Franco de Rosa), na Comix, em 1990. Seu trabalho estava sendo republicado em álbuns que valorizavam sua história. Ele, Zalla, Colonnese eram o centro da festa.
Ao nos despedirmos, perguntei:
- Vai voltar pra casa no Rio, comer uma boa comidinha japonesa? Um sukiaki, bataiaqui, sushi, gohan, missô...
- Que nada, amigo Birão. Eu moro no Rio, lá não tem nada disso. É arroz, feijão preto, salada, toucinho e ovo frito mesmo!
E deu uma larga risada.
Eram outros tempos, a globalização da culinária ainda nao tinha mudado nossos hábitos de forma tão profunda.
Peguei o endereço do mestre e enviei um pacotão com meus quadrinhos políticos e sindicais. Trocamos muitas cartas. Shima me contou da criação da ADESP (1961), de sua participação no projeto de Quadrinhos do Brizola, no RS (1962) e do horror quando foi preso na Operação Bandeirantes, durante a Ditadura Militar.
O mestre Shima é grandioso e simples ao mesmo tempo, delicado e atencioso. Um colaborador de todo fanzine e revista independente. Seu traço vibrante e moderno tem abordado temas épicos, históricos, aventureiros, cômicos, de terror, suspense e até na publicidade. Publicou em todas grandes editoras do Brasil. Fez HQs em azulejos, bexigas de gás, madeira, metal, latex, nanquim, efeitos com copiadoras, um verdadeiro experimentador artesão das artes plásticas.
A internet facilitou nosso contato e nunca mais paramos de conversar por e-mail. A sabedoria e amizade deste Samurai dos Quadrinhos são infinitas.
Além de publicar em vários fanzines com o Mestre, tenho grande orgulho por ter publicado no mesmo selo que ele: Sketchbook Custom pela editora Criativo.
Como no filme "Ao mestre com carinho", eu diria To sir, with love.